domingo, 28 de junho de 2009

LINGUAGEM E GÊNERO: emancipação e empoderamento

"O poder é tanto mais potente quanto menos se deixa ver”
Noberto Bobbio
A disciplina Gênero e Linguagem começou com alguns percalços no Curso Bacharelado Gênero e Diversidade, mas no decorrer foi buscando contornar a situação para firmar-se como disciplina de extrema importância não apenas para o Curso mas para vida das pessoas. É uma disciplina que se estrutura em uma dinâmica que envolve um exame de si e do outro, a partir da linguagem e seus suportes, pois não se pode querer mudar ou entender uma estrutura social sem que essa mudança e compreensão parta antes de si e das condições em que ela é gerada, como também das ferramentas que fazem as pessoas interagirem dentro dessa estrutura e das práticas sociais. A linguagem no ato de dizer, portanto, ato enunciativo, materializa ideologia, valores, esterótipos, normas, que colocam pessoas em constante e permanente interatividade e disputas de poder, de forças. Os argumentos, os apelos, as manipulações, os silêncios são constitutivos da linguagem.
Mas, o que devemos fazer para fomentar a desconstrução, fissurar o que já está cristalizado, sedimentado?
Um dos exercícios é desconfiar de tudo que pensamos e o que vem de imediato, pois, muito provavelmente, estará imbuído de preconceitos, estereótipos e valores já arraigados. Portanto, parar e pensar no que se vai dizer é um ponto a ser considerado. Um outro exercício é observar o próprio comportamento e o dos outros e ver o que se repete nos gestos e quais são aqueles que refratam, isto é, são "desviantes" em relação à norma. Um terceiro exercício deve necessariamente culminar com uma produção escrita e nesse sentido sou muito a favor dos blogues, pois exigem que escrevamos diariamente ou, pelo menos, com certa frequência.
Esses três exercícios, sem dúvida, desenvolverão uma postura mais acadêmica, universitária, de observação e de senso crítico.
"Todos os homens são intelectuais, embora se possa dizer; mas nem todos os homens desempenham na sociedade a função de intelectuais"
(GRAMSCI apud SAID, 2005)
P.S.: Onde se lê homens, leia-se mulheres também.